A Receita Infalível para Desenvolver um Burnout
Vivemos em uma sociedade movida pela busca incessante por produtividade e sucesso. O ritmo acelerado da vida moderna nos leva muitas vezes a negligenciar aspectos cruciais da nossa saúde física e mental. A combinação de dormir pouco, alimentar-se mal, níveis de estresse elevados, sedentarismo, abuso de álcool, carga excessiva de trabalho, falta de tempo para o lazer e a constante cobrança elevada de nós mesmos formam uma receita sombria e infalível para o desenvolvimento de um burnout.
Dormir Pouco e Alimentação Desbalanceada: A qualidade do sono é fundamental para o funcionamento adequado do corpo e mente. No entanto, muitos caem na armadilha de sacrificar horas preciosas de sono em prol de compromissos intermináveis. Associado a isso, a alimentação desbalanceada e refeições rápidas e pouco nutritivas comprometem nossa energia e concentração, enfraquecendo nossa resistência física e mental.
Níveis de Estresse Elevados: O estresse crônico é uma constante na vida de muitos indivíduos. A pressão para atender a expectativas, cumprir prazos e enfrentar desafios constantes podem levar a um aumento significativo nos níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Esse desequilíbrio hormonal afeta negativamente o sistema imunológico, aumenta a ansiedade e prejudica a tomada de decisões.
Sedentarismo e Abuso de Álcool: A falta de atividade física regular agrava os efeitos do estresse e da má alimentação. O sedentarismo contribui para o ganho de peso, problemas cardiovasculares e a sensação constante de fadiga. O abuso de álcool, muitas vezes utilizado como uma forma de “desligar” dos problemas, pode agravar os sintomas de ansiedade e depressão, criando um ciclo vicioso difícil de quebrar.
Carga Excessiva de Trabalho e Falta de Tempo para o Lazer: A cultura da sobrecarga de trabalho tornou-se um padrão em muitos setores. A pressão para estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana, leva à exaustão mental e física. A falta de tempo para atividades de lazer, hobbies e momentos de desconexão contribui para a deterioração do bem-estar emocional e social.Autocrítica e Dificuldade em Desfrutar Momentos com a Família/Amigos: A constante autocrítica, aliada ao sentimento de culpa por não estar sendo produtivo a todo momento, torna difícil aproveitar momentos de convívio com a família e amigos. A mente continua focada nas tarefas pendentes, minando a capacidade de desfrutar de experiências genuínas e de fortalecer os laços interpessoais.
O resultado inevitável dessa receita infalível é o burnout, um estado de exaustão física e emocional profunda. O burnout não apenas prejudica a saúde mental, mas também afeta negativamente a performance no trabalho, os relacionamentos pessoais e a qualidade de vida como um todo.
É essencial reconhecer os sinais de alerta e buscar mudanças antes que o burnout se instale de forma definitiva. Priorizar o autocuidado, estabelecer limites saudáveis, buscar apoio emocional, adotar uma rotina de sono regular, fazer escolhas alimentares conscientes, praticar atividade física e reservar tempo para o lazer são passos cruciais para evitar essa síndrome devastadora.
Lembre-se de que a produtividade não deve ser medida apenas pelo quanto se faz, mas também pela qualidade com que se vive. Parar, refletir e cuidar de si mesmo são investimentos valiosos para uma vida plena e equilibrada.
E se a situação já estiver difícil, a psicoterapia se mostra uma ferramenta valiosa, auxiliando tanto na prevenção quanto na recuperação do burnout. A busca por uma psicóloga capacitada pode ajudar a compreender os padrões de comportamento, desenvolver estratégias de enfrentamento e promover a restauração do equilíbrio emocional, pavimentando o caminho para uma vida mais saudável e significativa.
Matilde Fuzinatto
Psicóloga – CRP 07/17085.
Hoje vivemos em nossa sociedade o imperativo da produtividade, somos colocados numa posição onde temos que produzir, produzir, produzir sem ter uma linha de chegada. Temos horror ao ócio e entendemos que todo nosso tempo tem que ser ocupado por atividade e que a falta dela é um problema.
Vivemos hoje num estado de inquietude, de excitação e de produtividade constante com excessos de estímulos sensoriais “muita luzinha” no celular, na TV, e a busca por gratificação imediata.
Deste modo temos uma população adoecida, onde a produtividade não termina quando se encerra o expediente na empresa, pois precisa seguir produzindo constantemente. É encorajado a fazer todos os extras possíveis e ainda contar o aprendizado do curso de gestão da produtividade que te leva a crer que o tempo é o mesmo para todos e que se você não está conseguindo dar conta de tudo que programou não é porque você está com muitas atividades e sim porque você é desorganizado e lento ao não atender a tudo e todos ao mesmo tempo, gerando sentimento de culpa e levando ao esgotamento.
Cabe a reflexão. Nosso tempo, nossa saúde física e mental é finita, precisamos fazer escolhas e que a cada escolha há uma renúncia, não é possível de modo saudável absorver a tudo e a todos a todo momento.
Se você está com dificuldades em fazer escolhas, em delegar, identificar o motivo pelo qual está sofrendo com demandas de sobrecarga emocional, é preciso buscar ajuda de uma psicóloga para te ajudar com esse sofrimento.
Vamos juntos nessa jornada?
Com a vida atribulada do dia a dia, a sobrecarga de dar conta das demandas de trabalho, da vida pessoal, família, casa, lazer, estudar, muitas vezes colocamos as coisas no “piloto automático”.
Esse automático se relaciona muitas vezes a não pensar em nossas fragilidades, do quanto somos cobrados direta e indiretamente para atender as mais diversas demandas e não nos conectamos com nossos reais desejos e atitudes.
E aí vamos levando até que acontece “alguma coisa” que nos faz parar para refletir e voltar a conectar conosco novamente.
Contudo essa “alguma coisa” geralmente está vinculada a algum episódio de dor e sofrimento muitas vezes sendo gerador de conflito.
Já pensou o quanto pode ser benéfico ter um momento só para falar de você, pensar sobre como você e as coisas que estão ao seu redor funcionam assim como o motivo para elas funcionarem desse modo? Esse momento você encontra com a psicoterapia, num ambiente adequado, sem julgamento e com uma profissional acolhedora para te auxiliar a cuidar de sua saúde mental e bem estar emocional.
E aí vamos sair do “piloto automático”?
Aí temos uma problemática no campo do amor, que é como faz para desejar o objeto amado?
Se no amor eu preciso ter, eu desejo ter o objeto, mas se eu tenho eu não o amo mais. Como resolve essa equação?
Queremos a estabilidade e a tranquilidade que um relacionamento a longo prazo proporciona, mas queremos também o suspense, a performance, o “frisson” de uma paixão, onde a sedução e a conquista são protagonistas.
Contudo esquecemos que o modelo de amor que nos foi apresentado, foi o de completude, duas metades da laranja, ou seja, um modelo de fusão.
E aí é que aparece a grande furada, pois nos foi apresentado um amor como uma imagem estática, sem movimentos e todos os contos de fadas, filmes e pedagogias afetivas nos mostram a parte da conquista, da sedução, do enamoramento inicial e findam com o “viveram felizes para sempre” …
Não nos contam que para seguir com a relação, e alimentar o amor/desejo sempre é necessário esforço o que implica em investimento de ambos nessa relação.
É importante sentir falta! O desejo permeia a falta, por isso a relação de individualidade dentro da relação é tão importante.
Matilde Fuzinatto
Psicóloga – CRP 07/17085
Nos dias atuais é bastante comum se falar em Ansiedade, mas como já mencionei algumas vezes aqui no Instagram, existem muitos Transtornos de Ansiedade. Hoje gostaria de abordar um tema muito relevante: o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Quando pensamos em ansiedade, é normal imaginar episódios esporádicos de preocupação e nervosismo. No entanto, a TAG é um tipo de transtorno de ansiedade caracterizado por uma preocupação excessiva e persistente, que ocorre na maioria dos dias por pelo menos seis meses. É como se a mente estivesse em um estado constante de alerta, amplificando preocupações comuns do dia a dia.
Quais são as principais características da TAG?
1) Preocupação excessiva: Pessoas com TAG tendem a se preocupar demais com várias áreas da vida, incluindo trabalho, saúde, relacionamentos e futuro. Essas preocupações são difíceis de controlar e habitualmente são desproporcionais à situação real.
2) Hipervigilância: Pessoas com TAG podem estar sempre em alerta máximo, antecipando constantemente possíveis perigos ou desastres, mesmo que sejam improváveis de ocorrer
3) Inquietação e irritabilidade: A ansiedade generalizada muitas vezes se manifesta fisicamente, resultando em agitação, inquietação. Sensação de um balão que está cheio demais, não suporta nem um toque leve, que logo explode.
4) Sintomas físicos: Além dos sintomas emocionais, a TAG também pode causar sintomas físicos, como tensão muscular, fadiga, problemas de sono, dores de cabeça e problemas gastrointestinais.
5) Dificuldade de concentração: A ansiedade constante pode afetar a capacidade de se concentrar e tomar decisões, prejudicando o desempenho nas tarefas diárias.
Como a psicanálise pode ajudar?
A psicanálise busca compreender as raízes profundas da ansiedade, explorando os processos inconscientes que contribuem para o surgimento do transtorno. O trabalho terapêutico visa identificar os conflitos emocionais subjacentes, promovendo a consciência e a ressignificação dos pensamentos e emoções associados à ansiedade.
Matilde Fuzinatto
Psicóloga – CRP07/17085
No universo cinematográfico, já conhecemos o boneco de nariz crescendo ao mentir, mas vamos deixar essa imagem de lado por um momento. Em “Pinóquio”, na visão única do mestre do cinema mexicano, Guillermo del Toro, conhecemos uma criação singular, bem distante daquela concebida por Carlo Collodi em 1883.
Gepeto tem um filho de 10 anos, Carlo, que é só amor, juízo e obediência. Quando uma bomba de um avião da guerra atinge a igreja local, Carlo morre e deixa Gepeto furioso e desanimado. Ele então afunda-se no álcool como forma de escape.
Em luto pela morte do filho, com muita dificuldade em encontrar sentido para viver novamente, Gepeto num momento de desespero cria um boneco de madeira visando substituir o filho perdido. O novo companheiro, Pinóquio, uma marionete sem fios, traz novos momentos de alegria e motivos para viver novamente.
Entretanto, à medida que a história se desenrola, percebe-se que Pinóquio se lança em uma busca incessante e por vezes perigosa, por atender à idealização do pai.
Os pais são figuras primordiais na vida de uma criança, desempenhando papéis fundamentais na construção de sua autoimagem e autoestima. Durante o desenvolvimento, a criança procura a aprovação, amor e aceitação dos pais, o que pode levar à busca constante por se adequar às expectativas e ideais parentais.
Essa busca incessante por atender às expectativas dos pais pode gerar ansiedade, insegurança e conflitos internos à medida que a criança enfrenta desafios para equilibrar suas necessidades com as expectativas externas. Ser importante para os pais e gerar orgulho a eles é algo muito buscado pelas pessoas.
A psicanálise enfatiza a importância da transferência, que ocorre à medida que a criança se torna adulta. Nesse processo, a busca por aprovação e aceitação dos pais pode ser transferida para outras relações, como amizades, relacionamentos amorosos ou ambiente de trabalho. Essa transferência perpetua padrões de comportamento estabelecidos durante a infância.
Sentir-se amado e respeitado, sem a necessidade de atingir padrões externos que vão contra seus valores pessoais, é uma busca comum. Em momentos de intensa emoção, às vezes, palavras fortes são ditas, mas sem a intenção de ferir ou magoar.
Guillermo del Toro explora essas relações imperfeitas entre pais e filhos nesse filme, ressaltando a complexidade e a importância de identificá-las. Para compreender e trabalhar essas emoções, a busca por um acompanhamento psicológico pode ser valiosa. Se precisar de ajuda, não hesite em contatar.
Matilde Fuzinatto
Psicóloga – CRP 07/17085